domingo, 10 de outubro de 2010

Pica-Pau solidário



Tudo começou quando o Pica-Pau decidiu fazer alguma coisa pelos bichos que viajavam no porão. Faltava-lhes o ar, raramente viam o sol e o conforto era nulo. No convés, os que lá estavam, pelo seu peso ou tamanho, até tinham ar a mais, podiam bronzear-se e respirar a doce brisa do mar. Não era justo!
"Temos de fazer alguma coisa pelos bichos do porão", disse o pica-pau a Noé.
Noé até compreendia a situação, mas pouco, muito pouco poderia fazer.
"Podíamos fazer um roulement...", sismava Noé.
Entretanto no porão era grande a algazarra. O Pica-Pau gritava para quem o quisesse ouvir:
"Confiem em mim! Confiem em mim! Noé não quer saber de vocês! Ele está feito com os bichos do convés! Mas eu vou resolver a situação".
Sem que Noé reparasse o Pica-Pau desatou a fazer pequenos buracos no casco. Assim, já poderiam respirar melhor, o ar circulava e a brisa fresca do mar poderia amenizar o ambiente que se vivia no porão.
Mas não era suficiente, de seguida os animais do porão também queriam bronzear-se.
"Têm todo o direito!" replicava o Pica-Pau e desata e fazer buracos cada vez maiores.
Noé, consciente do risco de naufrágio, bem tentava apanhar o Pica-Pau, mas este confiante no seu desígnio social, continuou na nobre tarefa de fazer buracos na Barca.

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